Muito tem se falado sobre “NFTs”, território controverso e ainda desconhecido para muitos, mas que tem tudo para ser o termo dominante na indústria musical futuramente. À medida que a Internet evolui é normal que os mercados virem uma ‘chave’ e abram novas oportunidades para negócios, a música é um setor multimilionário que tem como pilar sua constante evolução..
Chegamos então a polêmica tendência de "NFTs", que em tradução literal significa ‘Token Não Fungível’, de forma simplificada funciona como um certificado de autenticidade, deixando exposto que o produto/bem digital é exclusivo e possui um único proprietário. Esse token pode ser qualquer coisa julgada como valiosa digitalmente, como por exemplo vídeos, músicas, filmes, ilustrações, itens de jogos e até carros (metaverso).
Apesar de ser um mercado novo, os NFTs movimentaram somente em 2021 cerca de $27 bilhões de dólares, e aparentemente há pouquíssima chance desse mercado sofrer desaceleração nos próximos anos. Tal informação obviamente respingou no meio musical e vários cantores já adentraram ao mundo das criptomoedas, seja em projetos diretamente ligados à música ou não.
Recentemente Pabllo Vittar anunciou o lançamento de NFTs em comemoração aos seus 5 anos de carreira e arrecadou cerca de R$ 500 mil com peças sendo comercializadas por R$ 224.084,51 cada. O valor foi revertido para causas e ações pró LGBTQIA+ em conjunto com a instituição GLAAD. Apesar da boa intenção a artista foi duramente criticada por supostamente estar contribuindo para o gasto irresponsável de energia elétrica e poluição do meio ambiente.
Como efeito manada, os artistas estão migrando para o mercado de NFTs pelo poder monetário das vendas que ocorrem na ‘web3’, já que seus direitos autorais firmados em contratos com gravadoras e plataformas de streaming são poucos ou nada benéficos em termos de royalties.
Apesar dessa nova forma de comércio eletrônico aumentar os lucros dos artistas, a adesão dessa nascente e crescente tecnologia é bastante preocupante, já que o principal problema das NFTs é o quão poluente elas são e o impacto ambiental que geram, para efeito de comparação o gasto e poder energético necessário para a transferência de somente uma NFT é suficiente para abastecer uma casa por quase 4 DIAS ou igual a 6,240 horas assistindo vídeos no YouTube.
Apesar de toda a comoção em torno dos tópicos maléficos que cercam as NFTs dificilmente será um mercado que cairá em desuso, como as moedas virtuais “Bitcoins” que também em escala comparativa geram poluentes suficientes para 1.44 milhões de pesquisas no Google ou 120 mil horas de vídeos assistidos no YouTube por transação, e apesar dessas inúmeras e maiores consequências, o comércio das moedas virtuais ainda é amplamente explorado.
Se manter alheio ao mercado de NFTs é uma opção de caráter pessoal, mas no coletivo seria como deixar de viajar de avião um dia para evitar as demasiadas emissões de gases e posteriormente usar como transporte diário um carro movido a energia fóssil.
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