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A cantora Pocah finalmente lançou seu primeiro álbum de estúdio, “Cria de Caxias”. Em uma entrevista exclusiva com o portal ACERVO, Pocah compartilhou insights sobre o processo criativo e as inspirações por trás deste projeto, que aborda temas importantes como feminismo e suas vivências pessoais.
Pocah, cujo nome real é Viviane, revelou que o álbum é uma celebração de sua trajetória, desde as raízes humildes em Duque de Caxias até o estrelato. O álbum é dividido em três atos que representam diferentes fases de sua vida: “Mc Pocahontas”, "Pocah” e “Viviane”. Cada ato reflete um aspecto distinto de sua personalidade e experiências, desde os sonhos da “Pocahontas” até a maturidade de “Viviane”, sua persona real fora dos holofotes.
“Ao contar a minha história, a gente percebe que existem fragmentos e personagens diferentes. Eu sou a sem vergonha mais tímida que eu conheço. Por mais que eu seja toda mostrada, toda exibida, a Pocah seja. A Viviane é super tímida. Quando eu subo no palco, eu me transformo, mas a Viviane é mais contida.”
Durante a entrevista, Pocah revelou que o álbum está em preparação desde 2022, com mais de cinquenta faixas produzidas para o projeto. “Foram muitas faixas, algumas já antigas, como 'Assadinha', que compus em 2017. Era importante para mim soltar essas músicas que carrego há algum tempo,” disse Pocah.
Sobre o lançamento do álbum, Pocah mencionou que inicialmente planejava lançá-lo em 2022, mas decidiu adiar para garantir que o material fosse perfeito. “Eu não queria lançar algo que não estivesse totalmente alinhado com o que eu sentia e queria expressar. A música é isso, é ter um objetivo claro do que queremos alcançar,” afirmou.
O álbum conta com participações especiais de peso, como a Slipmami, Tati Quebra Barraco, Mc Kevin O Chris, L7NNON, Rebecca e muitos outros. Pocah destacou a importância dessas parcerias para reforçar a mensagem do álbum. “Eu queria artistas de Duque de Caxias. Acho que faz sentido. É a proposta. É uma nação,” explicou Pocah.
Uma das faixas mais impactantes do álbum é “Livramento”, onde Pocah aborda seu relacionamento tóxico. “É um agradecimento a Deus por ter me dado esse livramento”, explicou Pocah, destacando a importância de dar voz às mulheres que vivem situações semelhantes. "É necessário sempre expor essas situações. Você não está sozinha”, afirmou.
A cantora também falou sobre o impacto que seu trabalho tem nas mulheres pretas e periféricas. “Eu tenho noção da bagagem que represento no funk, principalmente como uma das primeiras mulheres a marcar presença nesse universo. Sou uma inspiração e espero continuar sendo,” disse Pocah com orgulho.
Pocah também compartilhou detalhes íntimos sobre a inclusão de sua família no álbum. “Eu queria um interlúdio que contasse a minha história de Viviane que preparasse as pessoas. Minha filha começa falando: 'O nome da minha mãe é Viviane'. E eu pedi para o meu pai dizer por que Viviane. E aí ele conta que diz para viver a vida, que é lindo. Não consigo ver esse interlúdio sem chorar. Não tem condições,” disse Pocah emocionada.
A faixa “Vitória”, dedicada à sua filha - que também participa da canção - é uma das favoritas da artista. “É uma música que ela vai ouvir a vida inteira, como se eu estivesse sempre ao lado dela”, disse, emocionada. A música também é um tributo às mães solteiras.
A faixa “Nada Tá Bom” é uma resposta crítica às opiniões negativas que a rodeiam, tanto em sua carreira quanto em sua vida pessoal. Ela ressalta a importância de não se definir pela opinião do outro e de continuar fazendo o que se gosta, independentemente das críticas. “A mensagem é que você não deve desistir, não parar, continuar fazendo o que você está fazendo, o que você gosta. Você não tem que se deixar afetar pelo que o outro pensa a seu respeito. A opinião do outro não te define,” disse Pocah durante a entrevista.
A cantora também falou sobre a mensagem de “Só de Raiva”, uma das faixas do álbum. “A mensagem está muito clara. É óbvio que eu não odeio todos os homens da face da Terra, mas todos nós concordamos que é uma raça muito difícil de lidar. Sou casada com um homem maravilhoso, mas a raça realmente é bem complicada”, disse Pocah.
Além disso, Pocah discutiu o uso da inteligência artificial na música “Venenosa”, que dividiu internautas após a cantora expôr que usou a ferramenta por falta de tempo. “Foi utilizada ali na interpretação. Mas eu não quero ser referência disso, até porque essa é a única música que eu usei esse recurso”, explicou, ressaltando que o álbum inteiro é feito do zero, com experiências da sua vida.
Com o lançamento do álbum, Pocah também se prepara para se apresentar no Rock in Rio. “É um sonho que eu carrego comigo. Passei a sonhar com isso, vendo as pessoas estarem lá, vendo Anitta, Ludmilla, Kevin O Chris, que são pessoas que eu admiro muito. Eu vou dar o meu melhor nesse show. Vou entregar tudo de mim e abrir essa nova era com o pé na porta. O álbum é uma história que quero contar, não só no disco, mas também no show. Cada ato tem seu próprio momento e significado,” afirmou Pocah, animada.
Pocah também revelou que há possibilidades de futuras colaborações com artistas como Anitta e Ludmilla, ambas referências no cenário musical brasileiro e no movimento funk. “São duas mulheres que fazem funk que eu admiro. Com certeza, futuramente, [faremos uma colaboração] sim”, revelou Pocah.
Pocah já tem planos para uma versão estendida do álbum com outras participações, quem sabe teremos Anitta e Ludmilla em alguma canção.
“Eu tenho muitos projetos futuros para o Cria de Caxias. Eu acho que a gente tem muita coisa para explorar a dele, porque tem ali grandes participações no álbum. Só que algumas participações não puderam estar nesse lançamento. Mas eu pretendo lançar uma versão deluxe dele. Uma versão estendida com outras participações.”
“Cria de Caxias” é um álbum com um toque autobiográfico de Pocah, repleto de emoção, coragem e celebração da força feminina. Pocah não apenas revisita suas eras passadas, mas também abraça sua persona real, Viviane, mostrando que por trás de todos os holofotes e glamour, ela é uma mulher sensível, mãe, filha e irmã.
“Quero muito que vocês conheçam o cria de Caxias. É muito difícil, muito difícil ser artista nesse Brasil. Então me apoiem. Conto com vocês”, disse Pocah emocionada e com um sorriso de orgulho ao final da entrevista.
O álbum está disponível em todas as plataformas de streaming.
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