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REVIEW: "Shakira: Bzrp Music Sessions, Vol. 53" - Shakira, Bizarrap

Para uma loba solitária, recém apunhalada, não há abraço, não há beijo, não há “ojitos bonitos” nem “una barbita”

17/02/2023 às 20h03 Atualizada em 17/02/2023 às 20h35
Por: Lázaro Vinicius
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Bizarrap (Bzrp), produtor musical de apenas 24 anos e artista argentino mais ouvido mundialmente, se une à potência empreendedora Shakira. O prodígio convida a voz de “Can’t Remember To Forget You”, “Chantaje”, “Waka Waka” e “Whenever Wherever" a fim de explorar o término de uma relação em frangalhos, que uma vez pública e recheada de eventos crípticos, veio a cambiar-se em dígitos em suas contas bancárias, recordes musicais batidos em diversos charts globais anunciando assim a última celebração em autoafirmação e autoajuda entre algumas mulheres e seus ex-namorados.

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A colaboração de Shakira e Bizarrap tem feito grande sucesso e alcançou o topo da parada do Top 50 Global do Spotify, chegando a acumular mais de 130 milhões de visualizações no YouTube e batendo a marca de música latina mais reproduzida em 24 horas na plataforma. A protagonista de uma das separações mais traumáticas dos últimos anos no mundo pop comemora seus feitos através de sua conta no Instagram: "o que para mim foi uma catarse e uma saída, nunca pensei que chegaria diretamente ao número um do mundo, aos 45 anos e em espanhol. Quero abraçar as milhões de mulheres que se levantaram contra aquelas que nos fazem sentir insignificantes", disse a colombiana. 

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“Uma loba como eu [...] não é para caras como você", afirma a ex-esposa do jogador de futebol aposentado Gerard Piqué já nos primeiros segundos da música. De fato, a saída encontrada não é tão ingênua quanto a multi instrumentalista propunha. Depois de um divórcio conturbado e exposto à luz do dia, que se deu início em uma observação rotineira à sua própria coleção de geleias, Shakira se envolve de palavras ríspidas e nada doces, que geram fricção até mesmo em outras mulheres. Não para menos, talvez, até de forma bem fria, a cantora traduz seus sentimentos mais profundos em colocações solenes de libertação, e o que era dor e luto ganha formas extraordinárias em lucro profissional. 

 

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A faixa, composta de batidas seguidas de hi hats, lasers cheios reverberação e até mesmo passeios através de gêneros que ditaram as tendências musicais de uma década atrás, como o dubstep, darkpop e house transmitem algumas indiretas, que vão de charadas a comparações diversas com o pivô da separação, “Você trocou Ferrari por Twingo. Você trocou Rolex por um Casio”. O que um dia já foi tema de uma das canções mais meigas de Shakira, e sobre relacionamento amoroso no geral, hoje se finda com o mesmo intuito, uma grande paixão segue seu ciclo de vida até encontrar a ruptura e se transfigura em arte e hino motivacional, fazendo com que o ex-futebolista desejasse nunca ter amado uma superstar, nunca ter beijado uma compositora no escuro. Para uma loba solitária, recém apunhalada, não há abraço, não há beijo, não há “ojitos bonitos” nem “una barbita”… há o adeus.

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